(RELATOS PENDENTES)
Com nascimento previsto para dia 10 de Fevereiro o Sebastião já estava a ficar atrasado e eu andei de um lado para o outro na tentativa de o "obrigar" a vir ter connosco! Subia e descia os 6 andares a pé... uns dias antes tínhamos começado uma longa caminhada do Rossio para o Chiado, até ao Princípe Real, daí para o Marquês, Saldanha, Campo Pequeno e nada... Pegámos nelas e fomos dar outra volta eu levei a Luísa Às cavalitas e senti umas contracções no caminho... Dia 14... Depois pararam...
Comecei com contrações dia 15, com alguma frequência mas - como tinha o Baptizado do meu sobrinho Bernardo nesse dia - achei que ainda ia demorar e arranjei-me para sair com eles.
O Martim quando se apercebeu ficou em modo de alerta e proibiu-me, à séria, de ir ao Baptizado. Ainda ponderou ficar comigo em casa mas assegurei-lhe que ainda ia demorar e pelo menos ele e as miúdas deviam participar e testemunhar este dia tão importante na vida do B.!
Assim foi... eles foram e eu fiquei em casa.
O certo é que as contracções nunca desapareceram por completo e nessa noite, por precaução, elas dormiram em casa dos meus pais.
Passei a noite na sala, no sofa, com contracções - no intervalo das quais dormitava - e a ouvir o bebé dos meus vizinhos, recém-nascido, a chorar! Foi a primeira vez que o ouvi... e foi uma situação caricata.
Desta vez disse ao Martim para ir dormir para a cama e descansar que o acordava se fosse preciso (na noite antes da L. nascer ele ficou comigo a noite toda na sala... mas a dormir no sofa ao lado!).
Acordei, tomei o pequeno-almoço, banho, vesti-me e a coisa ia intensificando... vejo agora nos rascunhos do meu telemóvel a seguinte anotação:
Registo de contracções
Das 13h às 14h de 10 em 10 minutos;
14h
14h04
14h11
14h15
14h20
14h28
14h33
... e, neste ponto, achei por bem irmos para a MAC.
Chegámos na mudança de turno e, por isso, fiquei cerca de 1hora no CTG com bastantes contracções... mas estava tão controlada e relaxada que ninguém dizia e quando olhavam para o ecra perguntavam se não estava com dores.
Chegou a média que estava a reparar nas extra-sístoles do S. e chamou-me para fazer o toque.
-Joana?! Está com 6 dedos de dilatação!! Senhora enfermeira transfiram rapidamente esta senhora para a sala de partos!
Nunca pensei que já estivesse com 6 dedos... apesar daquele tempo todo com contracções, da L. tinha chegado com 2...
As enfermeiras acharam um piadão a ser o 3º filho e à minha descontracção e mesmo as que me tiraram do CTG entraram 2 ou 3 vezes na sala de partos a perguntar se estava quase e - da última vez - já a darem os parabéns pelo nascimento.
Na sala de partos foi tudo muito rápido. Levei epidural (foi a mesma anestesista que me tinha dado no parto da L.)... nao acho que doa especialmente mas dá-me sempre um género de choque e tenho que me controlar para tentar minimizar aquele "tremor".
O Martim veio e andou de um lado para o outro da sala, sem parar, durante 2 ou 3 minutos. Estava aflito! Da L. assistiu ao parto mas desta vez estava tão perturbado que achámos melhor ir-se embora... assim foi!
Rebentaram-me as águas pouco tempo depois e disseram para ir fazendo força aos poucos quando tivesse vontade... isto foi a novidade! Força?! Sozinha?! A sério???
Bem... esta experiência era nova... mas muito pouco tempo depois achei que essa vontade de fazer força era séria demais para estar ali sozinha e chamei a enfermeira. Vieram 2 enfermeiras parteiras, que já se tinham apresentado (Margarida e Emily - ainda aprendiz) e estava mesmo na hora. Correu tudo bem, sem episiotomia.
O Sebastião nasceu e foi mais um momento ALTO da minha vida. Aqueles primeiros segundos são um misto tão grande de emoções, de cansaço, de realização, de alegria, de fascínio,... que começo a solulçar. Já estava nos meus braços!
Vem o Martim e ficamos os 3 um bom bocado na sala de partos sozinhos... :)
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